Zonta lança "Chuva" de críticas e reflexões em seu novo single
- Brunno Lifonso
- há 4 dias
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O mais novo trabalho da banda uberlandense expressa a importância do povo nordestino na história brasileira em diferentes momentos: da colonização até o presente, do presente até o futuro.
Conhecidos pela mistura entre o rock e os gêneros tradicionalmente baianos aliado a críticas políticas e sociais diretas, Zonta traz à tona em “Chuva” momentos históricos importantes (muitas vezes esquecidos) sobre a violenta exploração dos povos pretos e indígenas no processo de construção das fundações do Brasil, enquanto traz o sentimento de agonia e raiva associado à destruição da natureza pela expansão desenfreada capitalista.
Composta pelo guitarrista Higor Ernandes e lapidada por todo o grupo, a faixa chega ao mercado após 4 anos de muita construção artística influenciada pelas raízes nordestinas do integrante. Além da forte crítica, a música também traz o olhar de quem vem de fora e entra em contato com culturas distintas ao longo dos anos, uma perspectiva por base de quem sai da sua terra natal mas nunca se esquece de onde veio.
Acompanhado pelo som característico da banda, os integrantes aproveitaram a temática para potencializar ainda mais a presença do ritmo baiano e pernambucano na nova faixa, apresentando referências a nomes gigantes como Nação Zumbi, Luiz Gonzaga, Cordel do Fogo Encantado, Baianasystem, junto aos tradicionais gritos das alfaias, demonstrando o senso de orgulho e grandeza do que o Nordeste foi, é, e será, apesar de tudo o que passou.
Tudo isso, misturado à potência do rock de Tom Morello e Kiko Loureiro, gera uma explosão sensitiva que faz o convite à revolução e à desorganização organizada tão pregado pelo grande Chico Science e tantos outros heróis da cultura brasileira.
"Eu acho que o maior desafio foi tentar trazer coesão para sons e influências muito distintas, e tentar misturar tudo isso de um jeito que soasse único. – Tem um pouco do peso do metal e uma leve reminiscência do manguebeat, as percussões e muitos elementos interessantes que trazem uma personalidade bem Zonta para a coisa. Mas particularmente o que eu mais gosto na música são as vozes, porque a voz pra mim é o ponto mais próximo de humanidade que a gente tem em uma música [...] E ter visto o Neto arrancar uns drivers que nem ele achava que conseguia foi muito massa também, momento muito marcante pra mim.” - compartilhou Halyson Vieira, produtor da banda, via Instagram.
De referências desde da época do Brasil Colonial, até a exploração agrícola e turística do Nordeste, passando pela independência da Bahia na independência do Brasil, “Chuva” não só cumpre seu papel crítico sobre a exploração na construção do nosso país como também relembra o ouvinte da potência cultural que o estado nordestino possui, influenciando não só quem vive nessas terras como também diversos outros estados e culturas.
Ouça “Chuva” hoje mesmo na sua plataforma musical de streaming favorita. Abaixo, confira um trecho deste e outros lançamentos da banda.
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Texto por: Brunno Lifonso | Redator & Diretor Hop Television
