Udi Hip Hop Festival: Três anos fortalecendo a cena cultural de Uberlândia
- Miriam Fidelis
- 13 de nov. de 2024
- 3 min de leitura
O hip-hop em Uberlândia surgiu nos anos 80 e foi consolidado pelo Udi Hip Hop Festival, que reúne talentos e promove valorização e aprendizado.
A Cultura hip-hop em Uberlândia ganhou força nos anos 80, com o breakdance se tornando uma das primeiras formas de expressão dessa cultura na cidade. Os participantes encontraram na dança, uma forma de se expressar. Com o tempo, surgiram concursos nas boates fortalecendo as crews (coletivos) e dando espaço para os outros elementos, MC, DJ e Graffiti entrarem em ascensão, alcançando outros territórios e com cada vez mais adeptos.
A produção cultural relacionada a esse movimento se fortaleceu nos últimos anos, com o Udi Hip Hop Festival se tornando a principal referência. Organizado pela produtora cultural Andréia Félix, o festival ocorre anualmente na Praça Sérgio Pacheco (Redondo), em novembro, e já foi palco de três edições marcantes.

Fotos de: Tarcísio (@munn.ra_fotografia)
Desde a 1ª edição, em 2022, o Festival traz ritmos e programações envolventes, fazendo o público se jogar na dança e ter uma experiência imersiva com a cultura hip-hop. Além dos shows, o festival oferece oficinas de rima, dança, canto e discotecagem, criando um ambiente de aprendizado. Essa edição definiu o inicio de um evento promissor para a cidade de Uberlândia, demonstrando a força da cena local, com DJs set, batalhas de rima e show da artista Ajuliacosta.

Foto de @dr4mallama (@amanndacastros)
Em 2023, na 2ª edição, os horizontes foram ampliados com a inclusão de uma feira de empreendedores locais. O evento atraiu um grande público, trazendo artistas como Baby Kisha e Real Vettorazzi, DJ Japa e DJ Snoop, além do Coletivo DMG e muitas outras atrações.
Fotos de @dr4mallama (@amanndacastros_ e @danieladinizj) e Tarcísio (@munn.ra_fotografia)
Em 2024 o festival se firmou como um marco cultural na cidade, com a presença de artistas de renome e talentos emergentes, realizando a 3ª edição e enfatizando a importância de produzir eventos que fortalecer artistas e a cultura hip-hop diante da ausência de festivais nessa temática na cidade.
Breakdance, um potente elemento da cultura, foi destaque durante o festival, onde ocorreram competições acirradas. B-boys e b-girls apresentaram movimentos e energias contagiantes, elevando o ânimo da plateia. Grupos de dança sempre tem o momento para apresentarem suas coreografia ritmadas.

Fotos de: Tarcísio (@munn.ra_fotografia)
Organizado pelo Slam da Escadaria e Slam Abaeté, o Slam contou com a participação de artistas de outras cidades, levando para o palco uma poética original — 11 poetas e poetisas, apresentaram suas obras, mostrando que a poesia falada vai além de palavras, são histórias, vivências e um espaço pra dar voz a histórias marginalizadas e silenciadas.
Na música ocorreram competições nas categorias de: Trap, Boom bap e música feminina com Og Negrona, Day MC e Tempestade. Os diferentes estilos e categorias, permitiram mais de 30 artistas apresentarem seu som e talento. Na discotecagem, DJ Xuxu, DJ Kong e DJ Snoop botaram geral pra dançar. O Produtor P10 também apresentou seu som, além dos queridinhos da cena The Monikas e Thug Farm, que marcaram presença mostrando suas evoluções com o passar das edições.
The Monikas marcou presença em todas as edições. Fotos de: Tarcísio (@munn.ra_fotografia)
Os artistas de Graffiti, conhecidos historicamente por realizar seus desenhos ao som do rap proposto pelos MCs enquanto os DJs tocavam, também tiveram seu destaque no festival. Durante o evento, artistas selecionados fizeram suas artes em locais designados.
E pra inspirar os artistas, a cantora e compositora de BH, Mac Júlia apresentou muitas rimas e batidas que transitam do trap ao funk, reafirmando sua potencia no cenário nacional. Para quem acompanha o movimento, é inspirador ver a ascensão de artistas que saíram das rodas de rima.
Fotos de: Tarcísio (@munn.ra_fotografia)
Acompanhar o progresso do Udi Hip-Hop Festival, construindo uma história que vai além dessas três edições, é uma honra para mim como amante dessa cultura. Ver um evento que não apenas resiste, mas evolui, trazendo novos talentos e referências a cada ano, mostra o poder transformador do hip-hop. A chama dessa cultura segue viva, pulsando com força, ocupando espaços e alcançando cada vez mais corações. É inspirador ver o festival firmando suas raízes, se tornando um ponto de encontro para a arte e resistência cultural em Uberlândia.
A Hop Television celebra e expressa muito entusiasmo e expectativas para a 4º Edição do Festival, prevista para 2025. Que venha com tudo! 🔥
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Texto por: Miriam Fidelis | Redatora Cultural Hip Hop & Cientista