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Os elementos de “Olhos Sonoros” de Carla Vilela

  • Foto do escritor: Hugo Soares Martins
    Hugo Soares Martins
  • 12 de ago. de 2024
  • 5 min de leitura

Carla Vilela, artista plástica autodidata de Uberlândia, está prestes a lançar seu primeiro videoarte, "Olhos Sonoros". Sua obra, que busca equilibrar natureza, corpo, mente e espírito, convida o público a desacelerar e se conectar profundamente consigo mesmo. "Olhos Sonoros" será exibido na Virada Cultural, que ocorrerá no dia 17 de agosto, evento este que celebra a diversidade artística com 12 horas de programação ininterrupta no espaço do Teatro Municipal de Uberlândia, incluindo apresentações musicais, teatrais e exposições. Em uma entrevista exclusiva à HOP TV, Carla compartilha mais sobre sua trajetória e inspirações.

Carla Vilela em construção de sua primeira videoarte: Olhos Sonoros.

Bastidores da produção de “Olhos Sonoros” | Imagem: Arquivo pessoal


HOP TV: Carla, sua jornada artística é marcada por uma rica multiplicidade de experiências. Como a psicopedagogia, a arquitetura e suas viagens culturais influenciam a criação e a narrativa de "Olhos Sonoros"?


Carla Vilela: Minha jornada é realmente um caleidoscópio de experiências que convergem em um oceano de criatividade. A arquitetura foi o meu primeiro contato com o mundo da beleza e da estrutura dos espaços urbanos. No entanto, senti falta do elemento humano. Foi quando passei para a psicopedagogia que encontrei uma maneira de entender e servir melhor às pessoas dentro desses espaços. A combinação de psicopedagogia e terapia artística me proporcionou uma nova forma de utilizar a arte como um espelho para ajudar as pessoas a reconhecerem e processarem seus traumas profundos.


Minhas viagens culturais, especialmente na América Latina, tocaram profundamente minha visão de mundo. A cultura folclórica rica e a reverência pela cultura indígena me mostraram o que faltava no Brasil. Trabalhar em contato com comunidades indígenas e em regiões remotas intensificou meu compromisso com a sustentabilidade e minha conexão com o planeta. Essas experiências alimentaram minha vontade de honrar minha ancestralidade e mergulhar mais fundo na minha identidade artística em Uberlândia, onde finalmente me assumi como artista.

A fantástica e emocional arte de Carla Vilela

Uma das peças criadas para “Olhos Sonoros” | Imagem: Arquivo pessoal


HOP TV: "Olhos Sonoros" será exibido na Virada Cultural. Como a filosofia da tela em branco se manifesta nesta videoarte, e o que você espera que o público sinta com essa expressão de vida em movimento?


Carla Vilela: Eu nunca imaginei que faria um vídeo, mas surgiu uma oportunidade inesperada. Uma amiga produtora cultural me apresentou a ideia de eternizar a dança através de um projeto audiovisual. O título "Olhos Sonoros" foi perfeito para transmitir a ideia de que precisamos parar, sentir e nos conhecer profundamente.


Dividi o vídeo em cinco elementos – terra, fogo, água, ar e éter – para permitir uma experiência sensorial completa. Começamos com a água e passamos pelo fogo, cada transição permite que os espectadores sintam cada elemento de forma visceral. A culminação no elemento éter representa a essência, o invisível que dá vida ao visível. Espero que "Olhos Sonoros" ative as sensações das pessoas e proporcione uma experiência única de autodescoberta.


HOP TV: Com suas influências artísticas, como Kandinsky e Klimt, como você incorporou esses elementos visuais e sonoros em "Olhos Sonoros"?


Carla Vilela: Kandinsky e Klimt tiveram um impacto profundo em minha obra. Klimt, com seu uso de folhas de ouro e fluidez orgânica, inspira meu trabalho, assim como a arquitetura de Gaudí influencia meu desejo de criar arte viva e luminosa. As curvas em minha arte têm uma conexão direta com o estilo de Gaudí, e a fluidez emocional de Clarice Lispector e Walter Hugo Mãe ressoa profundamente com minha própria prática artística.


Incorporei essas influências através de elementos visuais como as luminescências e padrões orgânicos. No vídeo, a sensação de fluidez e luminosidade é uma homenagem a essas referências, criando uma experiência que é ao mesmo tempo visualmente rica e emocionalmente envolvente.

Carla Vilela se arriscando nas texturas que antigamente eram inimagináveis.

“Olhos Sonoros” envolve dança, artes plásticas e muito mais | Imagem: Arquivo pessoal


HOP TV: Como a dança entre elementos visuais e emocionais se manifesta em "Olhos Sonoros"?


Carla Vilela: A dança no projeto é uma ativação corporal dos elementos. Criamos um cenário subaquático para o elemento água, usando bioluminescências simuladas com piscas de Natal, e abordamos o fogo com uma influência xamânica para transcendência do ego. O elemento ar é explorado através da geometria sagrada, e o elemento terra representa minha transformação e a conexão com minhas raízes, especialmente após minha viagem à Índia.


Cada elemento é uma expressão de minhas experiências e influências, culminando no éter, que representa a essência intangível que permeia toda a minha obra. Esta fusão dos elementos cria uma experiência sinestésica e transcendental para o espectador.

Carla Vilela sendo Fiat Lux, como sua marca bem diz.

Bastidores da produção de “Olhos Sonoros” | Imagem: Arquivo pessoal


HOP TV: Qual foi o maior desafio no processo criativo de "Olhos Sonoros" e como sua equipe contribuiu para superar esses desafios?


Carla Vilela: O maior desafio foi a complexidade da escrita do roteiro e a execução de uma ideia tão ambiciosa pela primeira vez. No entanto, a equipe que montamos foi perfeita. A harmonia e a técnica do grupo, combinadas com uma sensibilidade artística profunda, tornaram o processo fluido e enriquecedor. A colaboração foi essencial para superar as dificuldades e criar algo verdadeiramente especial.


A experiência foi profundamente envolvente e me fez refletir sobre minha própria trajetória. A colaboração reacendeu minha conexão com a arte e abriu novas possibilidades para o futuro, incluindo o interesse em atuar e escrever roteiros.


HOP TV: Quais são seus próximos projetos e como você planeja continuar sua jornada artística?


Carla Vilela: Estou animada com a minha exposição futura e com o trabalho contínuo na terapia artística. Embora a falta de valorização da arte no Brasil seja desafiadora, continuo a acreditar no potencial transformador da arte. Planejo desenvolver projetos como as "Caixas de Silêncio", que são espaços meditativos para introspecção e autoconhecimento. Espero que esses projetos ajudem a redefinir a percepção pública sobre a importância da arte e sua capacidade de transformar vidas.


HOP TV: Para finalizar, quem é Carla Vilela?


Carla Vilela: Sou uma artista em constante busca de profundidade e expressão. Minha jornada começou com a arquitetura, passou pela psicopedagogia e se encontrou na arte. A pintura e a terapia artística são meus meios de explorar e comunicar a complexidade da experiência humana. A arte para mim é um mergulho profundo em sentimentos e uma maneira de criar um espaço pessoal de expressão. A jornada de autodescoberta e expressão é essencial para minha prática e é o que me move a continuar explorando novas formas e possibilidades.

O éter de Carla Vilela em sua forma mais pura.

Um vislumbre do ateliê de Carla | Imagem: Arquivo pessoal


Carla Vilela está claramente em uma jornada de auto exploração e transformação, refletida em "Olhos Sonoros". Com sua rica tapeçaria de experiências e influências, ela convida todos a desacelerar e se conectar com a essência da vida através da arte.


Não perca a chance de conferir de perto essa grande obra, neste sábado, 17 de agosto, no Teatro Municipal. Estaremos por lá e te aguardamos. Siga @carla_fiatlux para mais informações e detalhes!

 

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Texto por: Hugo Soares

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